The Madmenhem Club (2009)

The Madmenhem Club é uma peça vídeo na qual é apresentada uma série de found footage tanto de prévios registos do autor como de fontes aleatórias da Internet. O conceito geral do trabalho é uma denúncia dos valores pré-estabelecidos e uma busca pela liberdade total do indivíduo. Em suma, resume-se a uma antítese em relação ao que “está escrito”, ao by the book, procurando realçar a vontade individual e explicitar a renúncia à moral e consciência colectiva pré-determinada pelo espaço-tempo sócio-cultural e biológico em que cada indivíduo é inserido e sujeitado à sua existência física e a consequente quase constante passividade deste. A faixa sonora que acompanha o vídeo foi feito também pelo artista, através da modelação de guitarra eléctrica e de samples de músicas suas ou de samples recolhidos da internet.

Exposto na Fábrica do Braço de Prata no contexto da exposição colectiva By The Book.



A CASSETE
(2009)

A intenção deste trabalho é a de ‘forjar’ um objet trouvé – a cassete, que é encontrada e cuja história e prova de existência passada é testemunhada pelo seu conteúdo. Utilizo o termo forjar pois não é de facto uma cassete da qual me apropriei mas sim uma cassete cujo conteúdo e pistas existenciais, temporais e de identidade foram orquestradas por mim. No entanto, o facto conceptual que mais estimo é o de ser composto por sons recolhidos da Internet e de outros suportes – estes sim objets trouvé puros, não modificados – e por sons e modelação de efeitos de guitarra e outros de minha autoria. É totalmente proporcional ao conceito geral do trabalho: interligar um objet trouvé com uma obra autobiográfica.
Compilei uma série de objets trouvé áudio numa sequência narrativa propositada. O objectivo geral é incutir no espectador um voyeurismo naïf, no qual este escuta o que outrem (possivelmente) escutou, num tempo e espaço desconhecidos apenas reconhecíveis com a condicionante da prévia experiência do ouvinte.
O prazer deste voyeurismo reside na deambulação auditiva, no percurso sonoro da sequência, onde a percepção de uma realidade é sugerida progressivamente: são apontadas atmosferas, ambientes e vozes – sons – que encerram em si poder simbólico e representativo, evocando identidades, personagens, eventos, locais e durações temporais.

(Retirado do PDF, texto de suporte à obra). Para download do PDF, clicar aqui.

 

BORDEUAX-MÉRIGNAC AIRPORT (2009) - instalação áudio/ composição sonora

A forma como Bordeaux-Mérignac Airport é mostrada ao ouvinte remete o sujeito para o limbo entre o seu interior e o seu exterior: é suposto ser mostrada numa divisão desprovida de luz, com a faixa de som passando simultaneamente nos auscultadores e nas colunas, tomando assim a forma de instalação. O subwoofer, coluna responsável pela emissão das frequências mais baixas, causa impacto no corpo do sujeito em resposta à informação sonora, conferindo-lhe uma espacialidade física fictícia. Os auscultadores serão os responsáveis pela ilusão sonora, através do jogo de volumes e timbres anteriormente referidos.

            Há que notar que foi dada uma importância superior à anti-parábola do que à parábola central à narrativa sonora. Isto entra em uníssono quanto à minha opinião acerca da Leveza de Ítalo Calvino: não é na ausência das leis físicas e da informação que reside a Leveza mas sim na constatação e compreensão destas. Não é num ecrã negro que se encontra a Leveza mas sim num ecrã com ruído branco – não num espectro nulo mas sim num em que todas as frequências se manifestam. E, a meu ver, a forma mais essencial de a testemunhar é através dos sentidos. Porque os sentidos, face a uma série de bem orquestrados estímulos, não distinguem a verdade da mentira. Aceitam a ilusão como realidade absoluta e, de facto, o que acontece na instalação são apenas sons, vibrações e ruído mas, no entanto, na mente do sujeito acontece Bordeaux-Mérignac Airport.

 (Retirado do PDF, texto de suporte à obra). Para download do PDF, clicar aqui).

Bordeaux-Merignac Airport (sample).mp3

DRAGONFLY PANDA, CHAPTER 1 - WE NEED THE BABIES (2008)- vídeo, cores, c/som

Neste exercício de montagem, foram recolhidos inúmeros vídeos e faixas sonoras da internet e dispostos sequencialmente com o objectivo da criação de uma narrativa. A apropriação, desconstrução e adulteração dos vídeos/sons e das finalidades e conteúdos simbólicos faz com que este seja um exercício ligado ao conceito de 'reciclagem' artística audiovisual. O tom é, contudo, satírico, surreal e bizarro mas só o é com o propósito de apurar se, apesar das características descredibilizadoras, um/o fio narrativo se mantém.  

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JERRY (2007) - vídeo, cores, c/som

Exercício de vídeo em torno do conceito de forja. Descontextualizando, censurando e omitindo os eventos e o fluxo do vídeo original, o objectivo é o de submeter a imagem em movimento - a forma - anterior à narrativa que lhe é imposta - neste caso através do texto anexado. O vídeo original é um registo da forma como o esquizofrenia afecta o indivíduo e os que o rodeiam (Case Studies of Schizophrenia).

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